(Ao menos uma vez por semana, publico um texto exclusivo para assinantes pagos deste blog. Este é um deles.)
Por que você assina a Netflix? A HBOMax? A Disney+? Apple+? Prime Video?
Por que você vai ao cinema assistir a Missão: Impossível, Indiana Jones ou Os Aventureiros?
Certamente não é porque admira o CEO da Netflix, Ted Sarandos, ou o da Warner, David Zaslav. Duvido, por exemplo, que você tenha pendurado em seu quarto um pôster com o rosto de Jeff Bezos ou de Robert Iger. Aliás, a não ser que você trabalhe na cobertura da indústria hollywoodiana, é bem provável que jamais tenha ouvido falar deste último, por mais poderoso e influente que ele seja há muitos e muitos anos.
Não. Você assina estes serviços e vai aos cinemas porque roteiristas criaram histórias que te interessam, cineastas definiram como transformá-las em imagens e atores deram vida aos personagens. São os artistas que te atraem para estas obras - e tudo começa, como já apontado, com aqueles que imaginam as tramas e as colocam no papel.
Isto levaria qualquer pessoa com o mínimo de bom senso a concluir que os executivos dos estúdios e das plataformas de streaming teriam todo o interesse em remunerar apropriadamente aqueles que criam o que eles ganham dinheiro vendendo, certo? Se Sarandos faturou pessoalmente mais de 50 milhões de dólares só em 2022, Iger recebeu quase 30 milhões de dólares, e Zaslav ganhou (atenção) 203 milhões de dólares em 2021, é porque as corporações que dirigem têm receitas bilionárias graças - repito - às histórias iniciadas pelos roteiristas.
Agora vejamos o que estes indivíduos (e seus colegas de outras companhias) estão pensando sobre a greve iniciada pela WGA (o “sindicato” de roteiristas) e sobre como poderiam resolver o impasse:
“A estratégia é deixar que as coisas se arrastem até que os membros do sindicato (leia-se: os roteiristas) comecem a perder seus apartamentos e suas casas”.
Esta frase foi dita por um executivo de estúdio ao site Deadline, sendo completada por uma outra fonte:
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