Oito dias para o fim de 2025, um ano do qual não sentirei muitas saudades. Não que tenha sido de todo ruim, já que profissionalmente foi um período de muitas conquistas: cobri os festivais de Berlim e de Cannes com o apoio dos leitores que fazem parte do grupo exclusivo do WhatsApp; retomei este blog, que há semanas vem sendo listado como um daqueles com maior crescimento na categoria “Filme & TV” (e é o 30o. com maior número de assinantes pagos); consegui iniciar conversas promissoras sobre o livro de Breaking Bad; promovi 12 edições do CineClube Cinema em Cena (sempre com um bom número de participantes); e, claro, criei e ministrei um curso novo sobre Cinema Gótico. Ah, sim: e estou em dia com as preparações para voltar a viajar com cursos presenciais.
De um ponto de vista pessoal, no entanto, creio que… bom, poderia ter sido melhor.
Aliás, uma de minhas resoluções antecipadas para 2026 é a de não entrar no próximo ano com assuntos pendentes em minha mente e em meu coração. A partir do dia 1o, o foco será naquilo que está à minha frente; o que ficar para trás guardarei numa caixa com adesivos bonitinhos para talvez revisitar em meus últimos momentos (e só os mais afortunados sabem antecipar quando estes chegarão). Ao longo dos últimos 50 anos, armazenei várias destas caixinhas com frustrações, dores, ressentimentos, saudades, promessas e possibilidades - algumas são ocupadas por memórias terríveis; outras, por sentimentos agridoces. Há também aquelas que ficaram tanto tempo no depósito que, temo, já não conseguiria reabrir nem se quisesse.
Já as lembranças que trazem só alegrias eu deixo exibidas nos cômodos mais acessíveis - e de vez em quando alguma daquelas caixas guardadas no fundo da mente acabam por decantar os sentimentos ruins que haviam se misturado à sua essência e então, livres dos aspectos negativos, têm seu conteúdo resgatado e levado para o salão principal. Gosto quando isso acontece, mas nem sempre é possível.
O processo de optar pelo arquivamento e rotular as caixas é angustiante, claro - e há anos em que acabo apenas por adiar a tarefa, já que caixas abertas são também promessas de possibilidades. (O livro de Breaking Bad por pouco não foi parar no cofre, por exemplo.) Porém, o fato é que, otimismo pontual à parte, na maior parte do tempo estas promessas só existem como negação da realidade, o que na prática as transforma apenas em armadilha para perturbar o espírito em vão. Saber reconhecê-las e ter força para encaixotá-las é o mais complicado.
Mas já separei os caixotes, os baús, as fitas e a tesoura. E a determinação já está a caminho.
Goste você de festejar ou não, desejo afeto, alegria e serenidade neste período de fim de ano, que para muitos nem sempre é o mais fácil. Um abraço apertado e agradecido em vocês.



Nos atualize sobre o livro de Breaking bad 😁 tô so esperando sair pra começar a minha revisão da série.
Meu afeto e carinho por você são imensos, espero que eles te alcancem e façam algum bem. Desejo muita paz, saúde, felicidade e realizações para você em 2026 e em todos seus anos vindouros.
Fábio Alex