(Ao menos uma vez por semana, publico um texto exclusivo para assinantes pagos deste blog. Este é um deles.)
Eu tinha 17 anos; ela, 16. Havíamos sido colegas de sala por dois anos no ensino médio e agora estávamos no 3o ano e em turmas distintas no preparativo para o vestibular: ela em Humanas, eu em Biomédicas. Mesmo antes, quando dividíamos o mesmo espaço, conversávamos apenas ocasionalmente, já que ela se sentava à frente, sempre anotando tudo com cuidado, enquanto eu ficava no fundo, distraído, conversando, desenhando e ocasionalmente fazendo uma piada estúpida que eu julgava inspiradíssima por avaliá-la sob o critério mais importante para um adolescente - a reação dos colegas - e não por seus (de)méritos cômicos de fato.
Nos churrascos e festas ocasionais, também nos mantínhamos em grupos que apenas se esbarravam na roda de violão ou em torno das mesas de truco - e mesmo que a achasse bonita, nunca me ocorreu a possibilidade de qualquer tipo de aproximação.
Até de repente ocorrer.
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