(Ao menos uma vez por semana, publico um texto exclusivo para assinantes pagos deste blog. Este é um deles.)
Preciso da melancolia para escrever.
Sempre precisei. Estar alegre, sentir-me feliz, por algum motivo paralisa minha escrita ou a torna (mais) desinteressante. É como se eu olhasse para a tela em branco e só conseguisse projetar pensamentos e sentimentos triviais, daqueles de alguém que enxerga o mundo como um lugar bonito contra todas as evidências. Não é à toa que praticamente todos os “gurus” que se divulgam como mentores de aspirantes a escritor ou roteirista insistem em dizer que o conflito está na base de tudo, que não há história sem haver dor.
Por outro lado, a depressão paralisa pela certeza da falta de propósito. Por que escrever? Para quê? Para quem? Quem sou eu para acreditar que qualquer coisa que eu produza servirá para quem quer que seja? É muito mais fácil permanecer dormindo ou olhando para o vazio - e também menos embaraçoso.
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