(Ao menos uma vez por semana, publico um texto exclusivo para assinantes pagos deste blog. Este é um deles.)
Eu adoro listas. Aliás, chega a ser um problema às vezes, já que posso passar um longo tempo clicando para ver o próximo item de um slideshow sem nem perceber - e em determinada ocasião, passeando por uma lista de “Celebridades que se parecem umas com as outras”, só me dei conta do desperdício de minutos preciosos quando olhei para a barra de navegação e vi que estava na imagem 154.
Pois é.
De modo geral, porém, eu não gosto de criar listas. Sempre ficam incompletas, causando imensa frustração quando depois de publicá-las acabo me lembrando de outros itens que deveria ter incluído.
Mas hoje farei uma exceção. Por algum motivo misterioso, passei o dia pensando em filmes que trazem alguma morte inesperada em sua narrativa - não só porque não esperávamos que determinado personagem morresse, mas também pela forma como isto acontece.
Como observei acima, considerem esta lista incompleta por natureza e sintam-se à vontade para mencionar o que esqueci nos comentários (e a propósito: eu a numerei ao acaso; não há ordem de preferência alguma). E nem precisaria dizer isso, mas prefiro pecar pelo excesso: o restante deste texto contém spoilers.
Psicose
Comecemos pelo exemplo clássico e provavelmente aquele que todos que estão lendo este texto conhecem mesmo sem ter visto o filme. Ao longo de sua carreira, Alfred Hitchcock se tornou conhecido por sua habilidade ao gerar suspense, mas creio que ele merece créditos também por sua coragem e insistência em experimentar com as estruturas de seu projeto: em Janela Indiscreta, manteve a câmera em um ponto de vista fixo ao lado do protagonista imobilizado; em Festim Diabólico, simulou um longo plano-sequência (era impossível realizar um tão longo com as câmeras que suportavam apenas de 12 a 16 minutos de filme, dependendo do formato); em Um Barco e Nove Destinos, prendeu todos os personagens em um bote salva-vidas; e em Psicose, decidiu matar a (suposta) protagonista no meio da projeção. A morte de Marion Crane, vivida por Janet Leigh, surpreende não só porque o espectador julgava estar acompanhando sua história (quando, na realidade, o longa é sobre a trajetória de Norman Bates), mas também pelo momento em que ocorre: quando ela se purificava sob a água depois de decidir devolver o dinheiro que havia roubado - o que torna seu destino ainda mais triste.
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