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Obrigado por compartilhar esses filmes conosco, Pablo. Infelizmente, o que aconteceu na Pixar é só um recorte do que acontece o tempo todo na área do audiovisual, inclusive aqui no Brasil. Há mais de 10 anos, vejo situações de assédio e de desrespeito à segurança e saúde dos trabalhadores, com a dose especial de crueldade que é a desconstrução da imagem dos sindicatos. Tive que explicar a mais de um colega que nós só tínhamos reajustes salariais e de vale-refeição por causa do sindicato, ainda que enfraquecido justamente em decorrência de ações oriundas dos patrões. Vi gente em posições de poder orientando a não-contratação de determinadas pessoas porque elas estavam começando a "falar demais" entre si. Após pedir demissão de uma empresa, ouvi de colegas que o chefe disse ter ficado feliz, porque me achava "muito sindicalista". Mesmo as empresas produtoras pequenas se recusam a garantir direitos trabalhistas aos funcionários, que chegam a trabalhar sem carteira assinada mais de 8h por dia ou até mais de 14h, quando em filmagem, muitas vezes sob o disfarce de estagiários ou terceirizados. Acho triste que a nossa área é construída em cima de uma ideia de "amor pela arte" que muitas vezes despreza a segurança e a vida do próprio trabalhador. A luta para abrir os olhos dos colegas e para tentar recuperar a força dos sindicatos de trabalhadores tem que ser feita todos os dias.

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